Saída pela direita https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br Conservadorismo, nacionalismo e bolsonarismo, no Brasil e no mundo Mon, 06 Dec 2021 12:49:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Clube Militar decide apoiar atos pró-Bolsonaro marcados para domingo https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/05/20/clube-militar-deve-apoiar-manifestacoes-pro-bolsonaro-marcadas-para-domingo/ https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/05/20/clube-militar-deve-apoiar-manifestacoes-pro-bolsonaro-marcadas-para-domingo/#respond Mon, 20 May 2019 18:39:24 +0000 https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/Clube1-320x213.jpeg https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/?p=976 O Clube Militar, com cerca de 38 mil sócios, entre militares da ativa, da reserva e civis, decidiu apoiar as manifestações marcadas para domingo (26) em defesa do presidente Jair Bolsonaro, em vários estados.

Em mensagem colocada em seu site e enviada por email aos filiados, a entidade diz que o apoio ao governo é motivado pela defesa das “reformas necessárias à governabilidade”.

“O Clube Militar, tradicionalmente preocupado com os assuntos atinentes ao desenvolvimento da nação brasileira, vem convocar seu quadro social e convidados a participarem das manifestações a serem levadas a efeito em todo o território nacional, apoiando o governo federal na implementação das reformas necessárias à governabilidade”, diz a organização.

A mensagem termina com a frase “Brasil acima de tudo!”, que é parte do slogan de campanha de Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”).

Mensagem do Clube Militar de apoio aos protestos (Reprodução)

Embora tenha sede no Rio de Janeiro, o Clube conta com filiados em todo o país, e o chamado vale para eventos em todos os estados. No Rio, a concentração está marcada para as 10h na avenida Atlântica, em Copacabana.

O apoio foi assunto de uma reunião da diretoria da entidade nesta segunda-feira (20). A participação do Clube institucionalmente em eventos de rua não é comum, mas prevaleceu a avaliação de que o momento requer um posicionamento mais efetivo.

O Clube tem relação próxima com o presidente, que é capitão reformado do Exército, e com diversos ministros, que são generais. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, por exemplo, presidiu a entidade até o fim do ano passado.

A organização não tem relação formal com as Forças Armadas, mas mantém influência junto à caserna, especialmente por ter em seu comando diversos militares da reserva.

Em embates recentes dentro do bolsonarismo, sobretudo com a ala mais ligada ao filósofo Olavo de Carvalho, o Clube defendeu os militares. Essa divisão aparentemente não afetou seu apoio ao governo.

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Militares só querem ir para a África ganhar comenda, diz deputado https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/militares-so-querem-ir-para-a-africa-ganhar-comenda-diz-deputado/ https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/militares-so-querem-ir-para-a-africa-ganhar-comenda-diz-deputado/#respond Tue, 30 Apr 2019 11:18:05 +0000 https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/principe-320x213.jpg http://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/?p=797 As tensões entre a base conservadora de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e os militares têm marcado o início do governo.

Deputado federal eleito na onda direitista de outubro passado, Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), é um dos que têm lado assumido. “Os militares se tornaram o que o [ex-presidente] Fernando Henrique queria que fossem. Querem ir para a África ganhar comenda”, afirma.

Descendente da família real brasileira (que, aliás, foi derrubada pelos militares em 1889), Luiz Philippe, 50, não costuma realçar seu sangue nobre como característica política. Em quase duas horas de conversa na semana passada, não mencionou esse aspecto nenhuma vez. Apresenta-se como empresário liberal, ativista de causas conservadoras e estudioso da política externa –na Câmara, é vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores.

É também um admirador assumido do filósofo Olavo de Carvalho, o que ajuda a explicar as farpas que lança sobre os militares, alvo da ira do guru do presidente. O ponto básico do deputado é: falta conservadorismo à turma da farda.

“Os militares não são conservadores. Eles têm uma característica nacionalista e estatizante. Têm muito mais viés socialista que capitalista”, afirma.

Perguntei se ele inclui nesse diagnóstico inclusive os que dão expediente no Palácio do Planalto, como os generais Augusto Heleno (Segurança Institucional), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e o vice-presidente, Hamilton Mourão. “Sim”, responde o deputado. “Mas não quero falar individualmente deles, muitos são meus amigos. Estou falando do aspecto geral”.

Quando critica o desejo de generais de ganhar comenda da ONU, o deputado tem dois alvos óbvios: Heleno, que chefiou tropas de paz no Haiti, e Santos Cruz, que fez o mesmo na República Democrática do Congo.

“Os militares se tornaram globalistas. A lealdade deles é regional, é à América Latina, à África. É como a ONU vê o Brasil”, declara.

Coisas mais importantes acabam sendo deixadas de lado, acredita Luiz Philippe. “Não querem cuidar de fronteira, de temas transnacionais”. O deputado também vê resistência grande deles em apoiar a pauta conservadora do governo. “No caso da agenda moralizante,  são um corpo resistor. Resistem à mudança na área educacional, por exemplo”.

O único aspecto positivo, aponta o parlamentar, é a capacidade administrativa que os generais possuem. “Isso ajuda muito na parte gerencial”, admite.

Para Luiz Philippe, a guerra aberta empreendida por Olavo de Carvalho contra os militares é positiva porque deixa claras as diferenças de visão sobre o governo. “O Olavo é um cara que está jogando luz nessas características. A população acha que os militares são conservadores. Não é verdade. Eles são estatizantes, têm muita proximidade com o PT”.

Durante a campanha eleitoral, o nome do deputado circulou como possível indicado a diversos postos importantes. Ele diz que foi cotado para ser vice de Bolsonaro, e inclusive teve conversas a respeito da possibilidade com os filhos do presidente. E nega a outra hipótese que circulou, de ser nomeado chanceler.

E o que ele acha, então, do atual ocupante do Itamaraty, o ministro Ernesto Araújo, outro representante da ala olavista? “O Araújo é um burocrata, como são os diplomatas de carreira. Não é um mau burocrata, é a característica dele”, afirma.

Mas em alguns momentos, afirma Luiz Philippe, a diplomacia requer uma certa agressividade, especialmente em um cenário internacional em que a direita, a seu ver, está comendo poeira. “Qual é a proposta global da direita hoje? Não existe. A ONU é de esquerda, a União Europeia é de esquerda, o Foro de São Paulo é de esquerda”.

Liberal convicto na economia, ele defende priorizar entidades supranacionais com essas características, como a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), à qual o Brasil quer se filiar. “Estamos num momento definidor. Queremos ser a cabeça da sardinha ou o rabo do tubarão?”.

Traduzindo a metáfora marítima: queremos liderar o mundo dos pobres, como, segundo ele, pregam o PT e os militares, ou entrar no clube dos ricos, ainda que na rabeira?

A resposta, para Luiz Philippe, é evidente: melhor ser rabo de tubarão.

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Após anos de ostracismo, Clube Militar volta ao centro do poder com Bolsonaro https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/10/apos-anos-de-ostracismo-clube-militar-ve-sua-ideias-triunfarem-com-bolsonaro/ https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/10/apos-anos-de-ostracismo-clube-militar-ve-sua-ideias-triunfarem-com-bolsonaro/#respond Wed, 10 Apr 2019 11:35:31 +0000 https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/Clube1-320x213.jpeg http://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/?p=580 Rio de Janeiro – No hall de entrada do Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro, uma placa homenageia “o movimento democrático de 31 de março”.

Outra lista militares que durante o regime instaurado em 1964 “tombaram como vítimas de atos praticados por terroristas que queriam implantar uma ditadura comunista em nosso país”.

Após décadas sendo desprezado como uma instituição anacrônica de saudosistas da ditadura, o Clube Militar pode-se dizer vingado. Afinal, a visão benevolente que a instituição tem há anos sobre o golpe agora é parte do senso comum, ao menos na mais alta esfera de poder do país.

Placa em homenagem ao golpe de 1964, no Clube Militar

A direção do Clube e o generalato que ocupa importantes cargos no governo de Jair Bolsonaro têm antigas relações pessoais. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, comandou a entidade até tomar posse. O próprio presidente da República sempre foi figura assídua por ali.

“Bolsonaro vinha muito, almoçava aqui e ficava conversando com o pessoal”, diz o coronel Ivan Cosme, diretor de Comunicação Social, que me guiou por uma visita no prédio de 18 andares na última quarta-feira (3).

O Clube Militar ostenta orgulhoso o título de “A Casa da República”, e tem motivos para isso. Sua história e a do regime republicano se confundem, a começar pelo fato de três de seus presidentes também terem governado o país: Deodoro da Fonseca, Hermes da Fonseca e Eurico Gaspar Dutra. (“Teremos outro em breve?”, perguntei, em referência a Mourão, mas a piadinha ficou sem resposta).

Deodoro foi o primeiro presidente do Clube, dois anos antes de proclamar a República. Em duas horas de visita, o que mais me chamou a atenção foi a riqueza do material ali disponível, extremamente bem conservado, que rivaliza com o dos melhores museus históricos do país. E que é acessado por pouquíssimos visitantes.

A maior preciosidade guardada é um documento que pode ser considerado “a ata de fundação da República”. Em 9 de novembro de 1889, seis dias antes da derrubada de Dom Pedro 2º portanto, o Clube Militar se reuniu sob a presidência de Benjamin Constant (Deodoro estava ausente). A reunião oficializou o apoio dos militares à República, e deu o empurrão final para o movimento que derrubou a Monarquia.

Caderno onde está a ata de 1889 em que o Clube se compromete com a instalação da República

No museu do Clube há ainda tesouros como a cadeira usada por Deodoro na Presidência, móveis originais do Barão do Rio Branco e documentos curiosos, como a ficha de aceitação do “aspirante” Humberto Alencar Castelo Branco, futuro presidente da República, como membro do Clube, em 1911, quando tinha 11 anos de idade.

Acervo do Clube Militar, com a cadeira de Deodoro em primeiro plano

Quem cuida de tudo é a museóloga Sueli Almeida, cuja dedicação ao acervo é admirável. Há 33 anos ela, praticamente sozinha, cataloga, restaura e preserva milhares de itens. “Não são muitos os visitantes”, diz.

A museóloga Sueli Almeida, que cuida do acervo do Clube Militar

O prédio em si, de 1941, já vale a visita (a sede anterior funcionava no mesmo local e foi demolida no final da década de 1930). Para quem passa pela avenida Rio Branco, o edifício é apenas mais um espremido entre galerias meio decadentes e restaurantes a quilo, e não chama muito a atenção. Dentro, contudo, há belos salões decorados com lustres de cristal e piso de mármore, repletos de fotografias e pinturas de cenas de batalha e de líderes militares.

Há duas bibliotecas charmosas, uma delas com o acervo doado pelo marechal Juarez Távora (1898-1975), um dos militares mais influentes do século passado. São mais de 50 mil títulos abertos para consulta do público.

Numa sala, uma placa marca a importância da entidade na campanha “O Petróleo é Nosso”, nos anos 1950. Outra local de destaque, motivo de orgulho da instituição, é a “sala do xadrez”, esporte que o estatuto proíbe que seja eliminado do calendário cultural do Clube.

Sim, porque o Clube Militar não é apenas um grupo de aposentados falando sobre o passado. Além da sede no centro, onde fica sua diretoria e são realizados debates e eventos políticos, há outra na Lagoa Rodrigo de Freitas, que aí sim é um clube nos moldes tradicionais, com piscinas e quadras, além de uma terceira em Cabo Frio, na região dos Lagos.

São 38 mil associados, das três Forças, da reserva e da ativa. O Clube se sustenta com mensalidades e o aluguel de alguns imóveis que possui. Não recebe dinheiro das Forças Armadas.

O espírito de “irmandade” entre as gerações da família militar é uma prioridade. Uma das ações sociais que o Clube promove é organizar a doação de espadas de militares que se aposentam para cadetes de baixa renda que se formam (o preço de uma nova pode passar de R$ 1.000).

Agora que está mais perto do poder, a instituição quer intensificar sua atuação junto à sociedade. Está marcado para maio um debate com o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva. Uma visita do próprio Bolsonaro não deve tardar.

Campanhas como as realizadas no passado também devem ser retomadas. Uma com boa aceitação, lembra o coronel Cosme, foi a “Campanha pela Moralidade Nacional”, realizada em 2015, que teve uma série de debates sobre combate à corrupção e o resgate de valores tradicionais.

O Clube, afinal, é abertamente conservador, como, de resto, é a classe militar em sua maioria. Também é uma instituição profundamente zelosa da participação das Forças Armadas na história nacional. As placas em defesa de 1964 são apenas um mostruário da linha que segue a entidade.

Durante os debates da Comissão Nacional da Verdade, cujo relatório final identificou 434 mortos e desaparecidos durante a ditadura, o Clube foi a principal voz a denunciar suas conclusões.

Quadros com a imagem dos generais-presidentes do período militar se espalham pelo prédio. Um salão contíguo ao gabinete do presidente do Clube Militar (atualmente, o general de Divisão Eduardo José Barbosa) foi batizado em homenagem ao presidente Emílio Médici, em cujo governo (1969-74) a repressão a opositores da ditadura viveu seu auge.

Em 132 anos de história, foram diversos momentos de prestígio e ostracismo. Hoje, após décadas em que líderes perseguidos pelo regime militar como Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff ocuparam o Palácio do Planalto, há um otimismo palpável no venerável prédio da avenida Rio Branco.

(Quem quiser visitar o acervo do museu do Clube Militar pode marcar sua visita no tel. 21-3125-8284, de 2ª a 6ª, das 13h às 17h. O endereço é av. Rio Branco, 251, Centro, Rio de Janeiro).

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Guerra entre fabricantes de pistolas vem à tona em feira de armas no Rio https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/08/guerra-entre-fabricantes-de-pistolas-vem-a-tona-em-feira-de-armas-no-rio/ https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/08/guerra-entre-fabricantes-de-pistolas-vem-a-tona-em-feira-de-armas-no-rio/#respond Mon, 08 Apr 2019 11:15:51 +0000 https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/armas2-320x213.jpeg http://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/?p=549 Rio de Janeiro – A primeira visão de quem chegava à Laad, maior feira de produtos de defesa e armamento da América Latina, que terminou na última sexta-feira (5) no Rio, era proporcional ao tamanho da principal briga em curso hoje no setor.

Um stand enorme da fábrica de pistolas Taurus dava as boas-vindas aos visitantes do evento, no centro de convenções Riocentro. Dezenas de pessoas se aglomeravam para empunhar um dos vários modelos ali expostos, fazendo poses e tirando selfies.

Stand da Taurus, na entrada da Laad, no Rio de Janeiro

Ao lado, um stand quase do mesmo tamanho era ocupado pela austríaca Glock, uma das principais candidatas a desafiar o virtual monopólio que a Taurus tem hoje sobre o mercado nacional.

Stand da austríaca Glock, na Laad, no Rio

Em outros pontos da feira, havia espaços também para empresas loucas para abocanhar uma parte do mercado nacional, como a suíço-alemã Sig Sauer e a americana Smith & Wesson.

Por enquanto, elas estão praticamente excluídas, dado que obter autorização para operar no Brasil depende do Exército e de uma série de regulamentações que na prática garantem uma reserva de mercado para a gaúcha Taurus.

Apenas clubes de tiro conseguem autorização para importar armas. Já houve também algumas licitações internacionais de órgãos de segurança em que as estrangeiras puderam participar. Mas há um longo caminho a percorrer até a abertura de mercado, algo que o presidente Jair Bolsonaro promete promover.

Uma rara empresa a conseguir furar o bloqueio é a Imbel, que, por ser estatal, está em posição privilegiada para vender seus armamentos para o Exército e polícias estaduais. Apenas 20% de sua produção é para consumidores privados, no entanto.

A empresa, uma das poucas na Laad a atender a meus pedidos de entrevista, enxerga potencial de crescimento de 10% a 20% nesse ano em razão do recente decreto do presidente Jair Bolsonaro facilitando as regras para posse de arma. “Está havendo mais procura pelo cidadão comum”, diz Marcelo Muniz, assessor de comunicação da Imbel.

A empresa não detalha números de sua produção, mas admite que sua escala é bem menor que a da Taurus. “O decreto deu uma pequena mexida no mercado, mas para nós já faz diferença. Agora, para haver uma explosão de demanda, seria preciso medidas mais profundas para facilitar o acesso e o porte de armas”, afirma Muniz.

A Imbel, diz ele, é favorável à abertura de mercado, desde que as estrangeiras se instalem no Brasil fisicamente, com fábricas, e sujeitas às mesmas condições das empresas nacionais (inclusive carga tributária e legislação trabalhista). Essa é a posição da Taurus também.

Conversei com representantes de outras estrangeiras, que, reservadamente, me disseram que estariam dispostas a construir fábricas no Brasil, assim que isso for permitido.

Pelo interesse que vi na Laad, mercado haverá. O pequeno stand da Smith & Wesson, incomparavelmente menor do que a da Taurus, estava o tempo todo cheio. A marca americana tem um apelo especial para quem gosta de armas.

Fundada em 1852, é a arma dos filmes de caubói e da conquista do oeste americano. Produz um modelo com aquela clássica roleta no meio da arma em que as balas são colocadas uma por uma. Mas atualmente só podem vender no Brasil o calibre 22, que não tem similar no mercado nacional. O calibre 38, filé mignon do setor, tem reserva para brasileiros.

Outra marca lendária também tinha um espaço modesto na feira, mas atraía muita gente. Uma subsidiária americana da Kalashnikov russa expôs versões do AK-47, talvez a arma mais famosa do século 20. Também estão esperando licença do governo para poder vender no Brasil.

Pessoas manuseiam armas em stand da Kalashnikov

“Temos recebido muitas demonstrações de interesse de polícias militares, Polícia Federal e guardas municipais”, diz Eduardo de Barros, vice-presidente de operações da Kalashnikov EUA, fundada em 2014. Atualmente, apenas colecionadores, atiradores e caçadores podem importá-la.

“Por ora, é muito cedo para fazer um planejamento para o Brasil. É preciso esperar o que vai acontecer com o mercado”, afirma Barros.

Os próximos meses devem ver novos lances nessa disputa. Dependerá, dizem todos, do empenho pessoal de Bolsonaro em mexer num mercado que é dos mais engessados da economia.

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Feira no Rio retrata empolgação do setor de Defesa com governo Bolsonaro https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/05/feira-no-rio-retrata-empolgacao-do-setor-de-defesa-com-governo-bolsonaro/ https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/04/05/feira-no-rio-retrata-empolgacao-do-setor-de-defesa-com-governo-bolsonaro/#respond Fri, 05 Apr 2019 13:07:11 +0000 https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/Laad5-320x213.jpeg http://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/?p=532 Rio de Janeiro – Se o empresariado tem se frustrado com as perspectivas de recuperação da economia, ao menos um setor não esconde o sorriso no rosto.

Alguns fabricantes de produtos de defesa e segurança pública falam de crescimento de dois dígitos em 2019 (ou seja, mais de 10%) com uma combinação imbatível: na economia, uma nova atitude pró-mercado do governo; na política, a presença de um capitão do Exército na Presidência e de uma penca de generais no ministério.

Nesse clima se desenrolou no Rio de Janeiro a Laad, a maior feira de segurança e defesa da América Latina, que se encerra nesta sexta (5). Estive lá na quarta (3) e quinta-feiras (4), e se o ambiente nos três pavilhões do Riocentro não chegava a ser de euforia, era certamente de otimismo.

Um dos motivos para isso estava num stand acanhado num canto da feira. Era a base do BNDES na Laad, primeira vez que o banco de fomento estatal montou uma presença física no local.

“A expectativa nossa para o setor é boa, bem maior que a de 2018, em razão da melhora econômica e do crescimento do tema”, diz André Taveira, gerente de exportações do BNDES.

O setor de defesa sempre se ressentiu de não ter acesso a linhas de crédito específicas à sua disposição, e a presença física do banco ali foi vista como uma sinalização animadora. “É importante estar aqui para estabelecer contato mais próximo com as empresas, das grandes às micro”, afirma Taveira.

Uma das empresas que conversaram com o banco é a Condor, líder nacional em armamento “não-letal”, como bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogêneo. “O mercado mudou com a eleição do Bolsonaro, só isso já bastou para alterar o cenário”, diz Luiz Monteiro, diretor de Relações Institucionais da empresa, que exporta para 55 países. “Nossos presidentes sempre tiveram vergonhinha de vender produtos de defesa. Agora não tem mais isso”, afirma.

O setor vem de uma ressaca. Estive na Laad a última vez em 2015, quando a crise econômica começava a se acentuar. O clima de tristeza era evidente. Um diretor da Odebrecht, empresa que estava entrando no setor de defesa, usou o eufemismo “desafiador” para o cenário (mal sabia ele que a Lava Jato varreria a Odebrecht da área militar).

“O mercado desacelerou muito desde 2016. Grandes projetos estratégicos foram suspensos”, diz o coronel Armando Lemos, vice-presidente executivo da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias e Materiais de Defesa e Segurança). Agora a coisa esboça sinais de melhora, diz ele. “Esperamos um cenário positivo. A sociedade está finalmente vendo segurança e defesa como coisas importantes”, diz ele.

No estande da Avibras, protótipos de mísseis decoram o ambiente.

Protótipo de míssil exposto no stand da Avibras (Divulgação)

A empresa fundada em 1961 é uma potência global, com exportações de foguetes e lançadores para 38 países. Com 1.850 funcionários em três fábricas, vem em recuperação após alguns anos difíceis, em que sua força de trabalho chegou a ter apenas 600 pessoas. Agora, está investindo R$ 72 milhões em sua unidade de Lorena (SP) para produzir PBHT (Polibutadieno Hidroxilado), insumo fundamental na produção de combustível sólido.

“A gente tem uma expectativa boa, é um governo liberal, e que tem olhos mais adequados para esse mercado”, diz Carlos Cidade, diretor de Assuntos Corporativos da Avibras.

Para ele, o atual clima favorece a que o setor tenha uma política mais incisiva de comunicação com a sociedade. “O grande desafio do setor militar é mostrar sua importância para a economia. Há um enorme arrasto tecnológico para a sociedade em cada projeto militar, por exemplo, e isso não é passado para as pessoas”, declara Cidade.

A Laad ainda não tem número fechados sobre a presença de público, mas expositores foram unânimes em dizer que o crescimento é notório comparado a anos recentes.

De fato, os pavilhões estavam bem cheios durante minha visita, e com alta presença de delegações de Forças Armadas de países estrangeiros (a presença de militares africanos, compradores tradicionais de armamento brasileiro, chama a atenção).

Há um certo clima de Disneylândia militar que é interessante para quem, como eu, não é do meio. Grupos fardados caminham pelos corredores fazendo selfies e brincando em simuladores de tanques, navios e aviões.

 

Militar da Namíbia usa simulador de navio na Laad

 

Muita gente se diverte empunhando pistolas, fuzis e até bazucas que estão em exposição.

 

Mulher aponta arma em exposição na Laad

Mas nada que se compare à “atração” mais popular da festa: uma réplica do trono de ferro de “Game Of Thrones” feita com cartuchos de balas. Filas se formavam para tirar um retrato sentado na obra de arte.

 

Militar tira foto em réplica do trono de “Game Of Thrones” feita com cartuchos de bala
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Próximo de Bolsonaro, Alexandre Garcia rejeita rótulo de ‘porta-voz da direita’ https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/03/01/proximo-de-bolsonaro-alexandre-garcia-rejeita-rotulo-de-porta-voz-da-direita/ https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/03/01/proximo-de-bolsonaro-alexandre-garcia-rejeita-rotulo-de-porta-voz-da-direita/#respond Fri, 01 Mar 2019 11:17:32 +0000 https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/garciabolsonaro-150x150.png http://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/?p=190 A-le-xan-dre Gar-cia.

Desde o final do ano passado esse chamado ritmado ao decano dos comentaristas políticos de Brasília sumiu da TV Globo (quem o fazia melhor, para mim, era a Zileide Silva, no Bom Dia Brasil). Alexandre encerrou seu vínculo com a emissora, após 30 anos, de comum acordo, segundo as duas partes.

Aos 78 anos, saiu de cena o jornalista de ar solene  da TV e surgiu um autêntico influenciador digital dos novos tempos. Alexandre está chegando à impressionante marca de 1,1 milhão seguidores no Twitter e parece se divertir fazendo postagens sobre comida, animais de estimação, noticiário internacional e, claro, política.

Em breve, ele me contou numa conversa telefônica bastante simpática nessa semana, terá um canal no YouTube. E não cortou completamente os laços com a mídia tradicional. Faz um comentário diário para 290 emissoras de rádio e escreve uma coluna publicada em 20 jornais. Há informações, que ele não confirma, de que estaria na mira da futura CNN Brasil.

A esquerda nunca foi muito com a cara dele. Alexandre, em sua carreira, ficou associado ao conservadorismo e à direita. Gaúcho que começou no Jornal do Brasil, ele foi porta-voz do general João Figueiredo, último presidente da ditadura militar (1979-85).

No final dos anos 80, Alexandre personificou, na Globo, o apoio da emissora ao então candidato e depois presidente Fernando Collor de Mello, ganhando a antipatia eterna de muitos petistas.

Mais recentemente, foi convidado por Jair Bolsonaro para ser seu porta-voz, o que acabou recusando –não por razões ideológicas, segundo ele, apenas profissionais.

Mas ele não esconde sua simpatia por diversas bandeiras do atual governo, como endurecimento penal e direito às armas, e já ganhou elogios públicos do presidente.

Nesta quinta (28), foi um dos 11 jornalistas selecionados por Bolsonaro para uma conversa no Palácio do Planalto.

Quando pergunto o que ele acha de ser considerado por muitos uma espécie de porta-voz da direita, Alexandre rejeita de pronto. “Eu não sou nada. Eu sou jornalista. Jornalista não pode ser nada, eu não tenho nem time de futebol”, diz.

Ser rotulado, para ele, é algo que foge de seu controle. “Já votei no Lula, votei no Fernando Henrique…”, afirma.

Tem mais: lista entre seus amigos figurões do PT.

“Eu tenho amigos como por exemplo o Zé Dirceu, Aloizio Mercadante, José Genoino. Rótulo qualquer um pode pregar em qualquer pessoa. Minha escola é aquela que considera jornalismo algo isento, neutro, em que os fatos são mais fortes”.

Como Alexandre se definiria então? Conservador? Nacionalista? Liberal? “Eu me considero um patriota”, ele responde. “Eu amo meu país, ponto final”.

Uma ligação muito forte dele é com as Forças Armadas. Seu Twitter está cheio de imagens com militares, participando de eventos e fazendo comentários elogiosos a eles.

A grande presença da caserna, segundo ele, é um ponto positivo do novo governo.

“Todos eles são muito bem preparados, gente muito simples, que não está se empolgando com o poder. Não têm interesses político-partidários. Aí dá para confiar, porque a pessoa só tem um interesse, que se chama Brasil”.

Alexandre Garcia é reticente em suas análises sobre o governo. Diz que é cedo para ter um veredito. “Ainda tenho que esperar uma consolidação maior para dar opinião”, afirma.

Também sai pela tangente quando peço para que comente a comunicação oficial, em especial a interferência de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, via redes sociais.

“Não tenho o visto o Carlos Bolsonaro na comunicação, tenho visto nas redes sociais. Não sei se interferiu”, diz. Mas aposta que a escolha do general Otávio Rego Barros para o cargo que ele recusou, o de porta-voz da Presidência, foi um acerto. “Ele fez um grande trabalho Exército [onde cuidava da comunicação]”.

Alexandre gostou da proposta de reforma da Previdência apresentada por Bolsonaro. “Ela é necessária. Aprovar é uma obrigação do Congresso, não é favor, porque senão nós vamos ficar na mão”.

Mas também tem críticas ao atual governo. No dia em que conversamos, havia acabado de finalizar um artigo criticando a ideia do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, de pedir que escolas filmassem crianças cantando o Hino Nacional.

Nada contra o hino, obviamente, para alguém que preza os símbolos pátrios. O problema, para Alexandre, foi o pedido para que os alunos repetissem o slogan de campanha de Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” –especialmente a segunda parte.

“A coisa mais óbvia do mundo é toda escola ter uma bandeira no alto do mastro. O que não é óbvio é que seja repetido um slogan de campanha. Entrar Deus nessa fica complicado porque parece uma teocracia”, diz ele, que afirma que o Brasil não é o Vaticano, nem o Irã, dois Estados teocráticos.

Alexandre lamenta que hoje a distância entre a imprensa e o poder seja maior do que no passado. Não que seja culpa de Bolsonaro, claro.

“O que eu vejo é que os veteranos como eu dizem: ‘puxa, lá atrás a gente tinha mais acesso’. A sala de imprensa do Palácio do Planalto ficava no mesmo andar do presidente, depois passou para o térreo. Essa queixa eu tenho ouvido, mas não é de agora, faz muito tempo que ficou assim”.

Ele diz que ainda está se adaptando à nova vida fora da maior emissora do Brasil e que está gostando de poder dar pitaco em tudo. “Na Globo eu tinha que tomar cuidado porque era comentarista. Não podia sair expressando opiniões. Agora ficou mais fácil”.

É uma repercussão, diz Alexandre, que ele não esperava. E a empolgação com que trata das novas mídias mostra que deve ser um caminho sem volta em sua longa carreira.

“Fui gostando aos poucos, e depois que saí da Globo gostei mais ainda. Vai ser minha opção agora, trabalhar com redes sociais”, afirma.

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