Guedes, Damares, AI-5, Aliança e hienas; 10 fatos que marcaram a direita em 2019
2019 foi o primeiro ano completo desde que a onda conservadora tomou o país.
Embora a saída de Lula da cadeia e a Vaza Jato tenham energizado a esquerda durante os últimos meses, quem comandou o noticiário foi mesmo a direita.
Jair Bolsonaro foi, claro, o principal protagonista, mas o ano foi rico no mundo destro e não se limitou ao presidente.
E como a perspectiva é de que o pêndulo político fique do lado direito por um bom tempo, muitas tendências apontadas no ano que passou devem ter desdobramentos em 2020.
Esta é a retrospectiva de Saída Pela Direita, com os dez fatos mais importantes do ano. Como sou humilde, não coloquei a criação deste blog entre eles.
Neste fim de ano, dou uma pausa e retorno com tudo em janeiro. Muito obrigado a todos que me acompanharam em 2019. Feliz Natal e um ótimo 2020 para quem é destro e para quem não é.
Mas antes, fique com o top 10 da direita no ano que termina.
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Teve treta pelo apoio ao governo Bolsonaro, simbolizado pelo arranca-rabo entre Helio Beltrão, do Mises, e Elena Landau, do Livres. E teve provocação dos liberais clássicos aos adeptos da Escola Austríaca, comparados a economistas de humanas (ofensa grave).
Ouviram de volta que os clássicos só se preocupam com números. Tanta briga não deixa de ser um sinal de que a Kombi liberal cresceu.
2-) Flavio murcha, Carluxo dá um tempo e 03 se consagra
O senador, acuado pelo caso Queiroz, não conseguiu ser o articulador político que se esperava. O vereador gerou tanto problema na comunicação presidencial que achou por bem tirar um sabático.
Já Eduardo Bolsonaro, emissário junto a Trump e líder da tropa de choque do pai, se consolidou como herdeiro político dele.
3-) Ai, ai, ai, AI-5
Essa foi feia. 51 anos depois, o ato que endureceu a ditadura foi resgatado do pântano por frases inconsequentes de Eduardo Bolsonaro e Paulo Guedes. Voltou a ser um fantasma, por ora contido.
4-) Salvini vacila, Vox cresce e Boris vira rei
Que ano para a direita europeia.
O italiano Matteo Salvini tentou forçar uma eleição para chegar ao poder e viu sua estratégia falhar espetacularmente, com a união da esquerda, que formou novo governo. Na Espanha, os herdeiros de Franco do partido Vox cresceram vertiginosamente. Mas nada se comparou à consagração de Boris Johnson, o novo rei do Brexit.
Nos EUA, Trump não se abalou com o impeachment, mas é cedo para fazer prognóstico sobre sua reeleição. Netanyahu terminou o ano como primeiro-ministro de Israel, mas enfrenta novo pleito em 2020.
E na América Latina a direita perdeu Macri na Argentina, que saiu desmoralizado, mas ganhou Lacalle Pou no Uruguai, promessa de renovação na arena sul-americana.
5-) Aliança chega para ser a cara da direita brasileira
Teremos finalmente um partido genuinamente conservador no Brasil? A Aliança Pelo Brasil nasceu com essa ambição, para ser o veículo da direita bolsonarista, e não o puxadinho que era o PSL de Luciano Bivar.
6-) Cultura e educação, os novos campos de batalha
Do ministro falastrão Abraham Weintraub (Educação) à guinada conservadora na Cultura, a direita levou a sério o combate ao chamado “marxismo cultural”, conforme mandou professor Olavo de Carvalho.
A ascensão de grupos como a produtora Brasil Paralelo deu impulso a esse novo campo de batalha.
7-) Damares é pop, Guedes é Deus e Moro patina
A ovação à ministra dos Direitos Humanos na conferência conservadora Cpac reforçou seu caráter de pop star da direita, corroborado pelo Datafolha. Seu colega de Esplanada Paulo Guedes também teve um ano bom, endeusado pelo mercado.
Já Sergio Moro teve um ano difícil, abatido pela Vaza Jato e pela desidratação de seu pacote de segurança.
8) Surge a direita de soja
As diatribes de Bolsonaro contra a imprensa, STF e Congresso alienaram parte da direita que o apoiou. Afastaram-se ex-aliados como MBL, Novo, João Doria, os ex-ministros Gustavo Bebianno e Carlos Alberto Santos Cruz e deputados como Alexandre Frota e Joice Hasselmann.
Todos de direita ainda, mas prometendo serem mais respeitadores da liturgia da política. E das instituições.
9-) Mais armas, mas menos do que a direita quer
Não foi fácil acompanhar o vaivém dos decretos do governo para tentar liberar armas. No fim, houve ampliação de acesso para produtores rurais e algumas poucas categorias. Muito pouco para quem votou em Bolsonaro por causa das arminhas que ele faz com a mão.
10-) O vale tudo das redes sociais