Joice não é unanimidade no PSL como candidata, diz líder de grupo de direita

Falta exatamente um ano para o início oficial da campanha para a Prefeitura de São Paulo, numa eleição em que a direita se apresentará com mais de uma candidatura com boas chances de sucesso. O desgaste do PT e a falta de uma marca registrada forte do prefeito tucano Bruno Covas (ao menos por enquanto) abrem um caminho promissor para o campo conservador.

Não menos interessante será acompanhar a situação no PSL. No partido de Jair Bolsonaro, a briga de foice para ser candidato já começou. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, larga na frente, até porque tem também a simpatia (ainda que velada) do governador João Doria (PSDB).

Por isso mesmo, já começou a levar flechadas internas. Outros nomes listados como possíveis candidatos são o líder da bancada do PSL na Assembleia Legislativa, Gil “Carteiro Reaça” Diniz, e o apresentador José Luiz Datena.

Na semana passada, surgiu mais um, o presidente do grupo conservador Direita SP, Edson Salomão, que é filiado ao PSL. O movimento que ele lidera é formado sobretudo por jovens da periferia e está crescendo rapidamente no espaço deixado aberto pelo distanciamento do MBL (Movimento Brasil Livre) do governo.

Sua coordenação orbita em torno do deputado estadual Douglas Garcia (PSL), de quem Salomão é chefe de gabinete.

Ex-corretor de seguros que foi um dos fundadores do grupo em 2016, Salomão defende prévias no partido para escolher o candidato. “A gente observa a Joice já se colocando como candidata, mas ela não é unanimidade”, afirma.

“A Joice pode ter um grande nome, mas existem outras pessoas, como meu próprio caso”, acrescenta.

Segundo Salomão, o fato de ter formado o Direita SP do zero o legitima a pleitear a candidatura pelo partido. “Construímos um movimento, então por que não me colocar à disposição do partido? Os conservadores estão bem empolgados com meu nome”, declara.

Para ele, os filiados têm o direito de pelo menos pensar em outros nomes para a disputa da prefeitura.  “Então, sou a favor que aconteçam as prévias e que pessoas interessadas, que tenham potencial, possam se colocar à disposição. E ali sim o partido decidir quem será o seu representante em 2020”, diz.

Por enquanto, o partido vai levando em banho maria essa discussão. A direção nacional já se isentou de participação nesse debate, e disse que a decisão cabe ao diretório paulista.

Para complicar ainda mais a situação, o PSL estadual é chefiado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está prestes a ser nomeado pelo pai embaixador do Brasil em Washington (EUA). Isso provavelmente levará a outra disputa interna para definir seu substituto.

Quem se acostumou a acompanhar as intermináveis disputas partidárias de PT e PSDB pode acrescentar mais uma legenda à lista.