Nas redes sociais, direita apoia Neymar e ataca modelo que o acusa
Em sua tentativa de limpar o nome, Neymar está recebendo um apoio improvável nas redes sociais. A direita fechou com ele e o tem defendido a cada novo lance da história, ao mesmo tempo em que coloca dúvidas e aponta inconsistências no relato de Najila Trindade, que o acusa de estupro.
O apoio maior a Neymar, claro, veio do presidente Jair Bolsonaro, que foi visitá-lo no hospital em Brasília após o jogo da seleção contra o Catar em que ele se contundiu. Mas não fica só nele, e inclui também mulheres, como a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
“Desculpem-me, mas canalhice não tem sexo. Não defendo crimes por corporativismo sexista. Canalhas são canalhas, sejam homens ou mulheres. Entenderam a armação?”, tuitou ela, comentando o vídeo gravado por Najila num quarto de hotel de Paris com Neymar.
O MBL (Movimento Brasil Livre) tem sido um dos mais atuantes na defesa do jogador, como mostra esse tuíte de uma de suas lideranças o deputado estadual Arthur “Mamãe Falei” do Val (PSL-SP).
Entre influenciadores digitais de direita (desculpe pelo termo, mas não consigo achar outro melhor), o enredo se repete. Estão com Neymar e não abrem, por exemplo:
O jornalista Allan dos Santos, do perfil Terça livre:
O youtuber católico Bernardo Kuster, que usa as hashtags #respeitaOSmacho e #NeymarInocente:
O humorista Danilo Gentilli, para quem o caso tem sido um manancial de piadas:
E vários outros menos cotados. Mas nem todo mundo na direita entrou na campanha pró-Neymar, ao menos por enquanto. Figuras como Alexandre Frota, Olavo de Carvalho e os filhos do presidente têm mantido silêncio, no máximo curtindo ou retuitando alguma mensagem.
O fato é que como quase tudo atualmente, o caso virou parte de um cabo de guerra ideológico. Partidários da esquerda têm sido mais receptivos às declarações de Najila e críticos à atitude de Neymar de ter divulgado fotos dela e conversas entre os dois.
Já a direita está claramente enxergando uma oportunidade de aproveitar esta polêmica para atacar um de seus alvos prediletos: o feminismo. A menos que surja alguma nova prova cabal de culpa do jogador, nada faz parecer que este apoio ao jogador vá diminuir.