Clube Militar decide apoiar atos pró-Bolsonaro marcados para domingo

O Clube Militar, com cerca de 38 mil sócios, entre militares da ativa, da reserva e civis, decidiu apoiar as manifestações marcadas para domingo (26) em defesa do presidente Jair Bolsonaro, em vários estados.

Em mensagem colocada em seu site e enviada por email aos filiados, a entidade diz que o apoio ao governo é motivado pela defesa das “reformas necessárias à governabilidade”.

“O Clube Militar, tradicionalmente preocupado com os assuntos atinentes ao desenvolvimento da nação brasileira, vem convocar seu quadro social e convidados a participarem das manifestações a serem levadas a efeito em todo o território nacional, apoiando o governo federal na implementação das reformas necessárias à governabilidade”, diz a organização.

A mensagem termina com a frase “Brasil acima de tudo!”, que é parte do slogan de campanha de Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”).

Mensagem do Clube Militar de apoio aos protestos (Reprodução)

Embora tenha sede no Rio de Janeiro, o Clube conta com filiados em todo o país, e o chamado vale para eventos em todos os estados. No Rio, a concentração está marcada para as 10h na avenida Atlântica, em Copacabana.

O apoio foi assunto de uma reunião da diretoria da entidade nesta segunda-feira (20). A participação do Clube institucionalmente em eventos de rua não é comum, mas prevaleceu a avaliação de que o momento requer um posicionamento mais efetivo.

O Clube tem relação próxima com o presidente, que é capitão reformado do Exército, e com diversos ministros, que são generais. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, por exemplo, presidiu a entidade até o fim do ano passado.

A organização não tem relação formal com as Forças Armadas, mas mantém influência junto à caserna, especialmente por ter em seu comando diversos militares da reserva.

Em embates recentes dentro do bolsonarismo, sobretudo com a ala mais ligada ao filósofo Olavo de Carvalho, o Clube defendeu os militares. Essa divisão aparentemente não afetou seu apoio ao governo.