No dia delas, conheça 10 mulheres influentes de direita

Hoje é 8 de março. Feliz Dia Internacional da Mulher de Direita!

(Quer dizer, de todas as mulheres).

Para marcar a data, aqui segue uma lista de mulheres que marcaram seus nomes no Panteão destro, seja na política, na economia, na cultura ou na religião.

Algumas são bem óbvias. Outras, virtualmente desconhecidas para o grande público, mas influentes mesmo assim.

E sei que algumas serão polêmicas. Para esses casos, resistam à tentação de me chamarem de louco e façam algo melhor: coloquem as suas mulheres de direita favoritas na área de comentários do blog.

Aí está minha lista (em ordem alfabética):

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Angela Merkel (nascida em 1954)

A chanceler alemã, Angela Merkel, com seu gesto das “mãos em diamante”(Reprodução)

A chanceler alemã é a face da direita moderada europeia. No poder há 14 anos, Angie está sempre de cara meio amarrada e aquele semblante de professora de física (normal, afinal ela é física). E ainda tem as mãozinhas posicionadas em forma de diamante na altura da cintura, sua marca registrada. Mas falando de coisa séria: ela provavelmente salvou o euro com suas medidas de austeridade fiscal, defende uma política externa europeia forte, gosta de peitar a Rússia e se preocupa com o impacto do multiculturalismo (sem o histrionismo de Marine Le Pen).

Anna Schwartz (1915-2012)

A economista liberal Anna Schwartz (Reprodução)

Junto com o venerado Milton Friedman, papa do liberalismo, Anna escreveu “Uma História Monetária dos EUA”. Publicado em 1963, é considerado um dos marcos iniciais da Escola de Chicago, que definiu grande parte da política macroeconômica americana e mundial das décadas seguintes. Sua tese central é que ações do Fed (o BC americano) criaram as condições para a Grande Depressão de 1929. Quatro décadas depois, já bem velhinha, voltou à carga contra o estatismo: disse que as autoridades monetárias não haviam aprendido nada e cometiam o mesmo erro ao tentar dar respostas para a crise de 2008.

 

 Ayn Rand (1905-1982)

A escritora russo-americana Ayn Rand (Reprodução)

A escritora de origem russa, nascida no ano que marcou as revoltas que derrubariam o czarismo 12 anos depois, é uma referência para os libertários (a turma que radicaliza na defesa do Estado mínimo). Seus livros defendem a razão, a responsabilidade individual e o que ela chamou de “objetivismo” no comportamento do ser humano –ou seja, sem espaço para explicações que não sejam as baseadas em fatos concretos. Após migrar para os EUA, aos 20 anos, envolveu-se com a indústria cinematográfica de Hollywood e terminou a vida como uma celebridade no mundo acadêmico.

 

Bay Buchanan (nascida em 1948)

Bay Buchanan durante evento conservador nos EUA (The Concordian)

Ela foi fundamental nos primeiros anos da revolução direitista representada pela chegada à Casa Branca do presidente Ronald Reagan. Atuante no Partido Republicano e conservadora até a medula, foi tesoureira da vitoriosa campanha presidencial de Reagan em 1980, e depois da vitória foi nomeada por ele secretária do Tesouro (equivalente ao nosso ministro da Economia). Permaneceu dois anos no cargo, implementando as primeiras reformas liberalizantes do que ficou conhecido como “Reaganomics”. Continua atuante na direita americana até hoje.

 

Ellen Johnson Sirleaf (nascida em 1938)

Ellen Johnson Sirleaf, ex-presidente da Libéria (Reprodução)

Chamada de “A Dama de Ferro Africana”, Sirleaf presidiu a Libéria entre 2006 e 2018, período especialmente turbulento na sangrenta história desse país do oeste africano fundado por ex-escravos americanos no século 19. Com mão firme, mas sem atropelar a democracia, estabilizou uma nação recém-saída de uma guerra civil (depois, ganhou um Nobel da Paz). Seu direitismo se manifesta sobretudo na economia. Apesar das carências de uma população miserável, fez um duro ajuste fiscal e adotou política econômicas ortodoxas. Seu DNA liberal vem de longe: antes de ser presidente, foi economista no Banco Mundial e no Citibank.

 

Madame Chiang Kay-shek (1898-2003)

Soon May-ling, também conhecida como Madame Chiang Kai-shek (Reprodução)

O nome dela era Jenifer, digo, Soong Mei-ling. Mas todo mundo a conhecia como Madame Chiang Kay-shek, mulher do líder chinês expulso pelos comunistas em 1949. Durante sua longuíssima vida (morreu com 105 anos!), ela foi uma referência de anticomunismo e da defesa de laços umbilicais entre o Extremo Oriente e os EUA, quando isso ainda soava como algo exótico. Refugiada na ilha de Taiwan, foi o braço direito do marido na construção de um regime autoritário e militarizado, mas formou uma imagem de respeito junto à população, que a chamava de “Imperatriz da China”.

 

Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)

Madre Teresa de Calcutá, pouco antes da morte, em 1997 (Plinio Lepri-29.jun.97/Associated Press)

Ok, eu sei, essa é polêmica. Mas deixe eu me explicar: caridade social e direitismo não necessariamente são como água e óleo. Podem muito bem se misturar. Madre Teresa é conhecida ao redor do mundo pelo seu admirável trabalho junto aos doentes e miseráveis na Índia. Mas ela também foi uma conservadora radical nos costumes, dura opositora do aborto e de métodos contraceptivos, e rejeitava de antemão qualquer traço de modernização da Igreja Católica. Não que isso a faça menos santa, mas são fatos.

 

Margaret Thatcher (1925-2013)

O que falar de Maggie? Idolatrada pela direita, odiada pela esquerda, a mulher mais importante do século 20 foi irretocável na cartilha conservadora: baixou impostos, combateu sindicatos, privatizou tudo e mais um pouco, criou caso com os globalistas europeus e ajudou Reagan a vencer o comunismo. Ainda ganhou de presente dos militares abilolados argentinos a guerra das Falklands (não Malvinas!), resgatando algo do orgulho do desbotado Império Britânico. Milhões na direita mundial ainda suspiram pela Dama de Ferro.

 

Marine Le Pen (nascida em 1968)

A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen (Alberto Pizzoli – 08.10.2018/AFP)

A  líder da Frente Nacional está tentando fazer a extrema direita francesa parecer um pouco menos extrema. Rompeu com o pai, Jean-Marie, fundador do partido, e limou da plataforma alguns de seus aspectos mais nocivos, como o racismo, o flerte com o fascismo e o antissemitismo. Mas não que ela tenha se tornado uma moderada, longe disso. Marine ainda é nacionalista ao extremo (beirando a xenofobia), crítica do globalismo representado pela União Europeia e dona de uma língua tão afiada quanto a do pai.

 

Phyllis Schlafly (1924-2016)

Phyllis Schlafly, durante mobilização antifeminista nos anos 60 (Reprodução)

O jeitão de vovozinha podia enganar, mas Schlafly é considerada uma das matriarcas do conservadorismo americano. Sua principal plataforma era a oposição dura a qualquer tipo de feminismo. Atuava politicamente em apoio a candidatos republicanos, fazia lobby contra o controle de armas, defendia uma política externa firme contra o bloco soviético e propagandeava valores da família (era super contra o aborto, desnecessário dizer). Fez de tudo um pouco: criou um instituto conservador, era presença garantida em programas de TV e escreveu nada menos que 26 livros.